quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O nascimento de uma nova religião... Umbanda


Quem foi Zélio Fernandino de Moraes?!





"Escrever sobre a Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível. Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens.

Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de Abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo/RJ. Aos dezessete anos, quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha, aconteceu um fato bastante curioso: Ele começou a falar em tom manso e com um sotaque bem diferente de sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica, Dr. Epaminondas sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer o ritual de exorcismo, não conseguiu nenhum resultado.

Tempos depois, Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente, Zélio ergue-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado".

No dia seguinte, conforme dito, começou a andar como se absolutamente nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, Dª Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada Dª Cândida (figura conhecida na região e que incorporava um preto velho chamado Tio Antônio). O preto velho recebeu Zélio e fazendo suas preces, lhe disse que ele possuía o fenômeno da mediunidade e que deveria trabalhar com a caridade.

O pai de Zélio, Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não frequentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura da literatura espírita. No dia 15 de Novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando lá e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição, sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim e apanhou uma rosa branca, colocando-a no centro da mesa onde os trabalhos eram realizados. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local, ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertido pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada em Zélio respondeu:

"- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?!"

Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava em Zélio, perguntou:

"- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados?! Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome, meu irmão?!"

O espírito, então, responde:

"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim!"

O vidente, então, torna a perguntar:

"- Julga o irmão que alguém irá assistir este seu culto?!"

Novamente o Caboclo responde:

"- Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."

Depois de algum tempo, todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi Padre Gabriel Malagrida.

No dia 16 de Novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, nº 30, em Neves - São Gonçalo/RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos de Zélio. Do lado de fora, uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas, o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras, iniciou o culto:

"- Aqui inicia-se um novo culto, em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram e não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo."

Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 horas às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar trajados de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Não seria permitido o sacrifício de animais ou o uso de sangue. Primeiramente não foram utilizados atabaques ou qualquer outro objeto ou adereço. O uso do atabaque veio com o passar do tempo.

Então, assim disse, Caboclo das Sete Encruzilhadas, que naquele momento estava nascendo uma nova religião e que está se chamaria Umbanda. As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam e a preparação dos médiuns  era feita através de banhos de ervas e do ritual do amanci, isto é, a lavagem da cabeça onde os filhos da Umbanda afinizam a ligação com a vibração de seus guias.

Fonte retirada do site: http://www.clickriomafra.com.br/umbanda/15-de-novembro-de-1908-nasce-a-umbanda

Este é apenas um resumo que conta como foram iniciadas as atividades da nossa amada Umbanda, tendo a sua fundação no dia 15 de Novembro de 1908 através do Caboclo das Sete Encruzilhadas e por intermédio do jovem médium Zélio Fernandino de Moraes. Hoje em dia, com apenas 105 anos de existência, a Umbanda se firma cada vez mais na fé dos brasileiros, vencendo as barreiras do preconceito e da intolerância com muito amor e muito axé!

SALVE A UMBANDA! 

Muito axé a todos vocês!

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