quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Iansã: A Senhora dos Ventos



Quem é Iansã?!






Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oyá. É um dos Orixás do Candomblé que penetrou na Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé.

Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara, talvez por causa do raio, já que a santa é sempre evocada para proteger um fiel de uma tempestade. O mesmo acontece com Oyá, que deve ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque tem sido Iansã uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome de sua amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e consequentemente das tempestades.

Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã surge, quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, ameaçando os outros, prometendo a guerra, sempre guerreira. Ao mesmo tempo é feliz. Ela sabe amar e gosta de mostrar o seu amor e a sua alegria contagiante da mesma forma que desmedida com que exterioriza a sua cólera.

Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos nagôs (ou iorubás, outro nome para a mesma cultura) é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Niger ou Oyá pelos africanos, isso porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.

A figura de Iansã sempre guarda boa distância das demais personagens femininas centrais do panteão mitológico africano. Se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois esta presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de riscos e de aventura. Enfim, está sempre longe do lar. Iansã não gosta dos afazeres domésticos.

É extremamente sensual, apaixona-se com frequência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões, assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.


Como são os filhos de Iansã?!



Iansã é uma mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo. Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto, competitivos, agressivos e dados a ataque de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum.

O temperamento dos que tem Oyá como Orixá de cabeça costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereciam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.

São do tipo Iansã aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo e, o que é mais desconcertante, momento após extravasar uma irreprimível felicidade.

Os filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São ciumentos, possessivos, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos para seu círculo mais íntimo.

Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também contaminar os aspectos profissionais.

Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos se contrariados. Se têm a tendência para franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.


Dia da Semana: Quarta-Feira

Saudação: Eparrei!

Sincretismo: Santa Bárbara

Data Comemorativa: 4 de Dezembro

Cores: Amarelo Escuro (Umbanda) Vermelho (Candomblé)

Habitat: Tempestades e Ventanias

Bebida: Champanhe


Muito axé, queridos irmãos!


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